quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Kriya Yóga - Não façam sozinhos em casa, sempre com um instrutor ou professor


KRIYA YOGA
ANTIGA TECNICA DE RESPIRAÇÃO E MEDITAÇÃO
Palestra de Paramahamsa Prajnanananda

Eu me curvo para Deus que é Onipresente
Eu me curvo a todas as encarnações Divinas
Eu me curvo a todos os mestres de diferentes tradições
Eu me curvo ao meu amado Guruji, Baba Hariharanandaji, e a todos vocês.
Nós somos todos os filhos de Deus
OM!
Boa tarde.

Era uma vez um Rei. Isto não é uma estória é um fato real.

Esse Rei não era só um governante, era um buscador espiritual.

Na Índia para quem não sabe, existem dois tipos de tradição de Gurus.
Os Kula Gurus, tradição dinástica de Gurus, e a outra de Siddha Gurus, linhagem de Gurus realizados.

Na tradição dinástica, é como acontece com os Reis. O pai é Rei, e o filho se torna Rei, o pai é Guru e o filho se torna Guru.

Existe então o Raja Guru ou Kula Guru, o Guru do Rei ou preceptor real.

Sendo esse Rei um buscador espiritual, o Rei pede conselhos ao Kula Guru: como obter paz e o amor de Deus?

O Kula Guru sendo um Brahmin, e versado nas escrituras disse: Cumpra os rituais, faça os Pujas, e adorações.

E o Rei fez. Cantando, adorando, fazendo os rituais como o Guru havia mandado.

Mas então o Rei retorna ao Guru, e diz que não foi o suficiente, que não havia conseguido um estado de paz constante.

O kula Guru disse: Estude e ouça as escrituras, o Gita, os Upanishads, todos os livros sagrados.

O Rei começou a estudar e ouvir exposições sobre os livros sagrados todos os dias.
O Guru fazia lindas exposições e discussões intelectuais sobre as escrituras.

Ainda assim o Rei não conseguiu o que queria, e voltou ao Guru e disse: Escute eu fiz tudo que você mandou, mas ainda não atingi nada.

O Guru disse: faça caridade, ajude os pobres, necessitados e os doentes, alimente os famintos.

O Rei começou a fazer tudo, uma vez que tinha possibilidades financeiras. Algum tempo se passou.

Não foi o suficiente, ainda assim não atingiu o estado de calma e paz permanente.

Um dia, o rei convidou o Guru para uma conversa muito particular. O rei estava muito insatisfeito.

Veja – ele disse- tudo o que você mandou eu fiz. Rituais, estudei as escrituras, fiz caridade, fui a peregrinações, tudo o que você pediu eu fiz.

Você sabe realmente como fazer para obter paz e calma ou esta fazendo isso para me agradar como os outros?

Olhe, eu lhe dou uma última chance. Desta vez você vai me dizer como obter paz, senão eu vou puni-lo e a sua família por ter trapaceado comigo.

Vocês podem imaginar a condição deste pobre Brahmin, que tem a responsabilidade e o ego de ser o Guru do Rei?

Ele voltou para casa totalmente perturbado, e explicou para esposa a situação. Ambos ficaram sentados em estado de melancolia.

Naquela época eles tinham um filho jovem que não parava em casa. Ele não estudava muito nem ouvia os pais.

Então ele chega a casa e entra com um jeito brincalhão e diz: Mãe, me dê alguma comida que eu estou com fome!

A mãe diz: hoje não tem comida, houve um desastre.

O jovem respondeu: É a graça de Deus, o desastre vem para aqueles que Deus ama mais!

A mãe respondeu: é por isso que dizemos que você é louco.

O jovem respondeu: desastres podem acontecer com todo mundo. O que aconteceu?

A mãe então explicou o que havia acontecido e ele respondeu: É por isso que estão tão preocupados?

Eu tenho a resposta para o Rei, de como obter felicidade e paz de verdade.

O pai não acreditou. Você, a criança tola que nunca estudou as escrituras, nunca estudou sânscrito, como pode dizer que sabe dar a resposta ao Rei, onde eu falhei!

Se você não quer acreditar, não acredite. Mas se acreditar em mim, eu darei a resposta.

A mãe interferiu.Olhe, nós estamos com problemas, se ele diz que é possível, é melhor tentar do que perder a oportunidade. Vá encontrar o Rei.

Então, o pai influenciado pela mãe, foi ao Rei e disse que tinha um filho que poderia lhe dizer como obter paz, mas o senhor terá que convidá-lo.

O Rei como era um buscador espiritual, mandou um convite real para o jovem Brahmin vir até o palácio.

Ele foi com o pai e chegando ao palácio, o Rei deu boas-vindas ao Guru e ao seu filho oferecendo a ambos um assento apropriado.

O Rei sentou-se no chão. Ele virou para o menino e perguntou: de que maneira, como eu faço para obter paz? Eu lhe conto, mas você tem que satisfazer duas condições.

Quais são? Traga-me dois pedaços de corda.

O pai pensou: para obter paz, para que as cordas? Ele poderia ter pedido flores, frutas, manteiga, coisas para fazer um Puja ou coisa parecida. Para obter paz para que as cordas?

Conversaram um pouco sobre isso e aquilo, e começou a ficar escuro, a noite se aproximava. O jovem disse: venham comigo. O Rei e o pai valorizavam o menino. Perto do palácio ficava a floresta. Então o jovem entrou na floresta acompanhado do Rei e do pai. Eles entraram na floresta e estava ficando cada vez mais escuro, e eles podiam ouvir o som dos animais e o uivo dos chacais.

O jovem disse: vocês dois encostem-se no tronco destas duas árvores.
O Rei e o pai assim fizeram.

Ele pegou a corda e amarrou o Rei com as mãos para trás no tronco da arvore, e delicadamente todo o corpo do Rei amarrou na árvore. E fez o mesmo com o pai.

E o pai pensava: Oh! meu Deus hoje nós vamos encontrar a paz definitiva na boca dos animais selvagens. Está ficando mais escuro e o que vamos fazer nas mãos deste jovem louco?

O Rei está calmo, e o pai, tenso. O jovem está no meio dos dois. Ele olhou para o Rei: meu senhor peça para meu pai libertá-lo. O Rei disse: Eu não sou bobo. Como posso dizer para seu pai me libertar se ele está amarrado?

Agora você tem a resposta.
Como pode pedir para meu pai lhe dizer como ter calma se ele não tem paz, está agitado, tenso, precisando de algumas coisas, algum dinheiro...
Como pode pedir para que lhe ensine paz se ele não a experimentou ele mesmo?

Com essa resposta lógica do jovem o Rei ficou maravilhado, e também seu pai.

Ele pensou, como? Ele que nunca foi à escola, nunca me valorizou, como pode estar falando de uma forma tão sábia? O Rei disse ao jovem: você que não está amarrado pode me libertar.

Agora você tem a resposta. Quem é livre pode libertar os outros. Quem é rico pode fazer os outros ricos. Quem é educado pode educar os outros. Quem tem conhecimento pode dar conhecimento aos outros. Quem está em paz pode oferecer paz. Ninguém amarrado pode fazer isso.

O jovem cumprimentou o Rei e falou: agora eu me vou.
O Rei curvou-se aos seus pés e disse: Você não pode ir. Escutando você, com sua resposta simples e de forma tão convincente, olhando para você com a expressão tão tranqüila, eu compreendi que você pode me ensinar como ter paz. O Rei não o deixava ir. Por favor me diga como ter paz.

Ele disse: eu sei como ter paz, mas não vou lhe contar.

Por que não? Porque meu Guruji disse para eu não contar isso a ninguém.

Agora o pai Brahmin, estava impressionado. O quê? Meu filho tem um Guru, eu não sabia!

Então voltaram ao palácio e houve uma conversa entre o jovem e o Rei.

Quem é o seu Guru, e onde ele vive? Por que ele disse para não contar aos outros?
Qual é o caminho ? Como eu faço?

O jovem falou: o nome do meu Guru é Lahiri Mahasaya.

Se vocês olharem as fotos é o segundo deste lado.

Lahiri Mahashaya é meu Guruji ele vive em Benares. É por isso que eu disse que é uma historia real, aconteceu de verdade.

Ele vive em Benares, é um pai de família, com cinco filhos, dois meninos e três meninas.

É um trabalhador vivendo como qualquer pessoa comum na sociedade. Olhando para ele ninguém sabe quem ele é, pois ele não usa roupas de monge, e não tem nada que indique que ele é um Guru.

Leva uma vida muito simples, e ensina. O que ele ensina?

Ensina a arte da Kriya Yoga. Eu não posso contar mais nada.

Se quiser saber mais alguma coisa eu te dou o endereço do meu Guruji e você aprende direto com ele.

O Rei e a esposa, o Guru Brahmin e a esposa, foram até Lahiri Mahashaya e pediram para ser aceitos como seus alunos.

Então Lahiri Mahashaya fez um lindo discurso antes de aceita-los como aprendizes e eles fizeram perguntas sobre espiritualidade.

E perguntaram o que é Kriya Yoga? Nós conhecemos outros tipos de Yoga, mas Kriya Yoga? O que é isso? Lahiri Mahasaya respondeu: Kriya Yoga é o mais antigo sistema de meditação.

Para seu conhecimento e referencia, a mais detalhada e sistemática exposição escrita da ciência da Yoga, o primeiro nome que vem ‘a mente é o Yoga Sutra de Patanjali.

O Yoga Sutra de Patanjali é a mais básica e fundamental exposição sobre Yoga.

Se você procurar no Yoga Sutra de Patanjali, do principio até o fim, não as explicações apenas os sutras em sânscrito, diz que Yoga é a arte do controle da mente.

E a mente tem cinco modificações. Algumas são prazerosas outras não.

Yoga, yoga, yoga. O nome está lá, mas o que é yoga?

Yoga... O que é Yoga? Patanjali diz... Alguém pode achar que está falando de Ashtanga Yoga, porque ele fala dos oito ramos da yoga, mas não é verdade, não há separação.

Ele não fala isso é yoga, e isso é ashtanga yoga. De que yoga ele está falando? Como eu disse, ele só fala yoga, yoga, yoga, yoga, nenhum outro nome de yoga, a não ser kriya yoga.

Não pensem que estou tentando fazer marketing da Kriya Yoga, vocês podem pesquisar. A não ser o nome Kriya Yoga, que ele fala somente uma vez, ele não fala de nenhum outro yoga, nenhum outro sistema de yoga.

A não ser Kriya Yoga, você não encontra nenhum outro tipo de Yoga nos yoga Sutra de Patanjali, e este é mencionado somente uma vez.

No sadhana sutra 1 verso: Tapaha, suarthaya, ishwarapranihanani Kriya Yoga.

Ele está falando o que é kriya yoga. Tapaha, suarthaya, ishwarapranihanani Kriya Yoga. Nós vamos explicar isso mais tarde. Kriya Yoga é o mais antigo sistema de meditação conhecido pela Humanidade.

continua na próxima semana

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