terça-feira, 27 de dezembro de 2011

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”.

Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores?

E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.

Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que  esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade..

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.

Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Só quem estuda, entende e valoriza isso

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

POR QUE OS HOMENS RARAMENTE ESTAO DEPRIMIDOS

Não precisam trocar de sobrenome.

A garagem é inteirinha deles.

Os preparativos para o casamento são simples.

Podem comer chocolate sempre que quiserem.

Não engravidam.

Os mecânicos não mentem pra eles...

Nunca precisam procurar outro posto de gasolina, para achar um banheiro limpo.

Rugas são traços de caráter... (e barriga, de prosperidade???)

Ninguém fica encarando os peitos deles quando estão falando.

Os sapatos novos não lhes machucam os pés.

As conversas ao telefone duram apenas 30 segundos.

Para ferias de 5 dias, apenas precisam de uma mochila.

Podem abrir qualquer tampa de frasco.

Se outro aparecer na mesma festa usando uma roupa igual, não ha problema, chegarão a ser amigos.

Cera quente não chega nem perto de suas regiões intimas.

Ficam assistindo a TV com um amigo, em total silencio, por muitas horas, sem ter que pensar: Deve estar cansado de mim.

Se alguém se esquece de convidá-los para alguma festa, ainda assim vai continuar sendo seu amigo.

Sua roupa intima custa no máximo 40 reais (em pacote de 3)

Três pares de sapatos são mais que suficientes!

São incapazes de perceber que a roupa esta amassada.

Seu corte de cabelo pode durar anos, alias, décadas.

Uma cor só de sapatos para todas as estações.

Podem levantar a perna das calcas, sem se preocupar com a aparência das pernas.

Podem fazer as unhas, com um *trim*

Podem deixar crescer o bigode, se quiserem.

Podem comprar os presentes de Natal para 25 pessoas, no dia 24 de dezembro, em 25 minutos!

Não é a toa que os homens  RARAMENTE  ficam deprimidos

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Última postagem do ano...

Não estou muito inspirado para tal, mas aqui vai a última frase do ano...
Ao invés de falarem e se ouvir:
"A verdade está no poder" eu prefiro a versão "O poder está na verdade".

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Professor tá sempre errado

PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
(Jô Soares)

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
Se É jovem, não tem experiência.
Se É velho, está superado.
Se Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Se Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Se Fala em voz alta, vive gritando.
Se Fala em tom normal, ninguém escuta.
Se Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Se Precisa faltar, é um 'turista'.
Se Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Se Não conversa, é um desligado.
Se Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Se Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Se Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Se Não brinca com a turma, é um chato.
Se Chama a atenção, é um grosso.
Se Não chama a atenção, não sabe se impor.
Se A prova é longa, não dá tempo.
Se A prova é curta, tira as chances do aluno.
Se Escreve muito, não explica.
Se Explica muito, o caderno não tem nada.
Se Fala corretamente, ninguém entende.
Se Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Se Exige, é rude.
Se Elogia, é debochado.
Se O aluno é reprovado, é perseguição.
Se O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É ........ o professor está sempre errado, mas se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

Esta é para ser repassada mesmo.

E PARA PENSAR SOBRE NOSSAS PRIORIDADES.
MESMO QUE VOCÊ NÃO SEJA PROFESSOR, É PRECISO LEMBRAR QUE JÁ PRECISOU OU PRECISARÁ DE UM...

domingo, 13 de novembro de 2011

Os leões

A IMPORTANCIA DO CAFEZINHO
Dois leões fugiram do Jardim Zoológico.
Na fuga, cada um tomou um rumo diferente. Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro, faminto, alquebrado. Assim, o leão foi reconduzido a sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, o bicho foi recapturado. E voltou ao Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega:
- Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer ... !!!
O outro leão então explicou:
- Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
- E por que voltaste então para cá? Tinham acabado os funcionários?
- Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de seção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles!
Mas, no dia em que eu comi o que servia o cafezinho... Estraguei tudo!!!
Experimenta tambem comer professor para ver quanta gente vai gritar!!!
Não por sentir falta do professor, mas por não ter quem fique com as crianças !!!!!!!!!!!
ADOREI !

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

E-mail errado

Mail Errado*

Quando o homem chegou e foi para seu quarto no hotel, viu que havia
um computador com acesso à internet, então decidiu enviar um e-mail
à sua mulher, mas errou uma letra, sem se dar conta, e o enviou a outro
endereço (outra pessoa)...

O e-mail foi recebido por uma viúva que acabara de chegar do enterro
do seu marido e que, ao conferir seus e-mails, desmaiou instantaneamente.
O filho, ao entrar em casa, encontrou sua mãe desmaiada, perto do
computador, em que na tela se poderia ler:

Querida esposa: Cheguei bem. Provavelmente se surpreenda em receber
noticias minha por e-mail, mas agora tem computador aqui e podem-se
enviar mensagens às pessoas queridas. Acabo de chegar e já me certifiquei
que já está tudo preparado para quando você chegar na sexta que vem.
Tenho muita vontade de te ver e espero que sua viagem seja tão tranqüila
como está sendo a minha.

PS: Não traga muita roupa, porque aqui faz um calor infernal
 

domingo, 6 de novembro de 2011

De sacoleiro a rei dos games


De sacoleiro de jogos paraguaios a rei dos games

Líder de mercado, a NC Games, que se formalizou apenas em 2000, vai vender jogos por um terço do preço para a classe C

Soraia Duarte, especial para o iG 11/07/2011 05:30
Texto:
Anos atrás, não era raro encontrar pessoas que viviam da venda de produtos comprados no Paraguai. Claudio Macedo, hoje com 39 anos, pertenceu a esse grupo. Durante mais de dois anos, entre 1994 e 1997, cruzava a Ponte da Amizade todas as semanas para comprar jogos para videogames em Ciudad del Este. Depois, revendia-os aqui, para lojistas. Essa rotina que se passava há 17 anos foi o primeiro passo para Macedo construir a NC Games, maior distribuidora de software e acessórios para videogames da América Latina.
A empresa de Macedo representa com exclusividade, no Brasil, as principais marcas mundiais de software e acessórios para videogame, atividade que lhe rendeu faturamento de R$ 200 milhões no ano passado. Seus clientes continuam sendo lojistas, só que hoje eles são empresas formalizadas e estão espalhadas pelo território nacional.
Foto: Greg Salibian/iG
Claudio Macedo, executivo da NC Games: o homem que carregava sacolas cheias de joguinhos no Paraguai agora tem um escritório em Miami
A NC tem 180 funcionários, dos quais 60 são promotores e representantes, alocados na sede, em São Paulo, e nas filiais de Vitória, no Espírito Santo, de Itajaí, no Paraná. Também possui clientes nos países vizinhos, atendidos por seu escritório de Miami.
Sim. O homem que carregava sacolas cheias de joguinhos no Paraguai não só tem um escritório em Miami, como os mercados estrangeiros já registram participação importante em seus resultados. Respondem por 20% dos negócios, o que faz com que planeje abrir, no próximo ano, escritórios de representação na Argentina, no Chile e na Colômbia.
Mas é no Brasil onde Macedo mais aposta. Ele está triplicando o tamanho da sede, que mudará do bairro do Imirim, zona Norte de São Paulo, para Alphaville, município vizinho à capital. Prevê crescimento de 50% em seus resultados nesse ano, chegando a R$ 300 milhões.
O trajeto percorrido para transformar o sacoleiro em empresário dos games foi muito mais desafiador que as intermináveis viagens ao Paraguai, nas quais embarcava no ônibus com R$ 500 ou R$ 1 mil no bolso para comprar mercadorias. Ou quando batia de porta em porta para encontrar lojistas que quisessem seus produtos. Essa parte, conta, foi uma das mais fáceis. “Eu tinha 22 anos, era muito jovem”, diz.
Além disso, Macedo afirma que esse período coincidiu com uma mudança do próprio Brasil. O Plano Real tinha acabava de ser adotado, dando poder compra à população. Ao mesmo tempo, o País estava fechado às importações, o que fazia com que os jogos que vendia fossem novidades. “Tudo parecia possível”.
Não demorou para que Macedo contratasse vendedores para ajudá-lo. Buscou diferenciais, como financiar as compras aos lojistas, com cheques pré-datados. “Essa prática não era comum naquela época”, afirma.
O volume de vendas gerado com esse reforço fez com que comprar diretamente dos fabricantes, nos Estados Unidos, fosse mais vantajoso do que ir ao Paraguai. Assim, em 1997, substituiu as viagens pelas importações. Sem falar inglês, Macedo enviava via fax os pedidos aos fornecedores que tinha na Califórnia. “As mensagens se resumiam a um send to me, please”, lembra, com humor.
As dificuldades foram muitas. O início do negócio coincidiu com seu primeiro ano de faculdade, no curso de engenharia civil, que tem duração de cinco anos. Só que Macedo dedicou a ele oito anos, em virtude das muitas ausências provocadas pelas viagens e do foco no trabalho. “Não desistia porque achava muito importante ter um diploma de engenheiro”, afirma. Mas quando a NC já somava 60 funcionários, acabou adiando o sonho do diploma e trancou sua matrícula.
Desafios pessoais, como esse, somaram-se aos profissionais. Era difícil gerir a empresa, no começo. “Aprendi com meus erros”, diz Macedo, que se deparou com sérias dificuldades em duas ocasiões. Uma, em 1999, com a desvalorização do real. Com linhas de crédito em dólar, o capital de giro não suportou a transição e o jeito foi renegociar com fornecedores. Depois, em 2004, teve problemas de fluxo de caixa, impactado por conta de importações. Precisou negociar com 11 bancos e com todos os fornecedores. “Mas hoje estou totalmente capitalizado, pronto para crescer”, diz.
Foto: Greg Salibian/iGAmpliar
A estratégia de Macedo é aumentar o acesso das classes C e D a seus produtos e para isso lançará em agosto jogos a partir de R$ 19,90
Oportunidades
O goiano de 39 anos deixou Divinópolis aos 12 anos para arriscar a vida em São Paulo com a família, descobriu muito cedo seu talento para vendas. Vendeu bebidas, mesas para bares e ações de companhias telefônicas, antes da privatização do setor. Também foi sócio de uma barraca de cachorro-quente no Largo da Concórdia, região central da cidade. Assim que entrou na faculdade, percebeu que poderia fazer dinheiro vendendo calculadoras para os colegas de classe. Quando um amigo lhe deixou alguns jogos para que revendesse, descobriu a janela de oportunidade que persegue até hoje. Macedo quer que sua empresa acompanhe o bom momento que mercado de games vive no Brasil e se firme como a líder do segmento.
Estudo publicado pela consultoria PriceWaterhouseCoopers, intitulado "Global Entertainment and Media Outlook: 2011–2015", indica que o mercado global de videogames terá um crescimento anual de 8,2% até 2015, saindo de US$ 55,5 bilhões, em 2010, para US$ 82,4 bilhões. Na América Latina, o ritmo de expansão será de 7,5% ao ano, chegando a US$ 1,8 bilhão em 2015, cifra superior ao US$ 1,3 bilhão registrado em 2010.
A estratégia de Macedo é aumentar o acesso das classes C e D a seus produtos. Para isso, lançará em agosto jogos a partir de R$ 19,90, um terço do valor de outros jogos. “Videogame é um sonho de consumo até então acessível às classes A e B”, explica. “Agora, queremos trabalhar para outros públicos”.
O truque, para ter produtos tão mais baratos, será oferecer jogos que não são exatamente uma novidade, sobretudo nos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Sem saída por lá, ele negocia com os fabricantes um bom preço para trazer ao Brasil.
Oferecer alguma inovação, nem que sejam produtos mais baratos, é um dos pontos que faz com que os negócios deem certo, de acordo com Tales Andreassi, coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV. A oferta para a classe C, que vem se expandindo com o aumento de renda da população, pode ser uma estratégia acertada. “A classe C está ávida para consumir produtos mais sofisticados", afirma. Isso, na opinião dele, faz com que os empreendedores encontrem um caminho mais fácil para expandir em seus negócios.
O crescimento da empresa, acredita Macedo, também envolve a preparação dele como empresário. Seu foco atual é aprimorar o inglês, idioma ao qual tem dedicado quatro horas semanais em aulas particulares. Em janeiro, quer fazer um curso de imersão numa universidade britânica. “Com o faturamento e as metas que temos, é fundamental que eu fale inglês”, afirma. Já a volta à faculdade, para buscar seu tão sonhado diploma de engenheiro, diz Macedo, ainda terá de esperar.
Informalidade e peso dos tributos
A NC Games só passou a atuar 100% formalizada em 2000. Os desafios para chegar lá foram tantos que Macedo se juntou a outros empresários do segmento para criar a Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games (Acigames), no ano passado. Dentre os objetivos da iniciativa está a profissionalização do mercado. “Muita gente está na informalidade por não saber como se formalizar”, diz. “Oferecemos apoio para essa adequação.”
O principal concorrente da NC Games é exatamente a informalidade, que, não por acaso, deu início ao negócio. Estima-se que 50% do mercado total de games no Brasil se dê de maneira informal. Macedo, que afirma deter 80% do mercado formal, diz não se preocupar com essa concorrência. Ao contrário. “Aprendi que nenhuma empresa sobrevive se não for 100% formal”, diz. “Na informalidade, gasta-se tanto tempo e energia com as preocupações de atuar dessa maneira, que o empreendedor se desvia do estratégico e da visão de longo prazo do negócio.” Por isso, “qualquer pessoa que queira ter uma empresa sadia, de longo prazo, tem que ser formal”.
A Acigames também promove iniciativas para sensibilizar o governo a aplicar, sobre esse setor, uma carga tributária menor. No País, as taxas chegam a ser 60% a 100% maiores que em outros mercados. “Nosso desafio é aprender como importar o produto legalmente e ser competitivo no País”, diz.
A Acigames, por exemplo, implantou o Jogo Justo, projeto que contempla atividades como o dia do jogo justo, quando as vendas são feitas pelo preço sem imposto. “Essa ação é pra mostrar o potencial de crescimento e consumo quando o produto é vendido com uma carga tributária mais adequada”, afirma Macedo.
Com duas edições, a iniciativa reuniu mais de 100 lojas físicas, espalhadas por 15 estados, que venderam mais de 58 mil unidades de 14 jogos. Os games foram vendidos no mesmo dia, com alguns títulos esgotados nas primeiras horas. “Esses resultados são de extrema importância, pois servirão de base argumentativa na discussão dos impostos com o governo”, diz Macedo, que é o vice-presidente da Associação.