segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dicas para ser técnico em informática

Dez dicas para você se dar bem como técnico em informática

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1 – Seja honesto: O que é do cliente não é seu. Cliente não é bobo, não troque peças ou remova peças, mesmo que seja aquela placa Modem PCI que geralmente ninguém usa mais. Por uma questão de consumo de energia ou até mesmo para liberar espaço para outras placas é comum o técnico tirar placa que está sobrando no computador do cliente. Tirou, devolva a peça ao cliente, com uma explicação da decisão. Honestidade é um ponto alto nessa profissão, pois o cliente não tem necessidade de saber tudo sobre seu equipamento;
2 – Respeite a privacidade do seu cliente: Com um pouco de conhecimento qualquer pessoa sabe identificar se músicas, fotos, vídeos e documentos foram copiados ou simplesmente abertos, portanto resista à tentação de bisbilhotar as fotos daquela “gatinha” (ou “cachorro”) e outros arquivos do seu cliente. Se for preciso mover ou copiar os dados de um lugar para outro, notifique seu cliente, todo cliente gosta de respeito;
3 – Respeite os limites de confiança: Nunca induza o cliente a gastar ou trocar peças do seu equipamento à menos que seja necessário ou se o mesmo tem a intenção de fazer um upgrade. Mesmo que você tenha um comércio de equipamentos não subestime seu cliente levando-o ao gasto desnecessário. É melhor você ganhar a confiança dele oferecendo um bom serviço que quando ele precisar saberá onde encontrar bons produtos;
4 – Seja pontual: A maioria das pessoas torcem a cara quando ouve falar de “técnicos em informática” pois eles têm fama de “enrolado”. Faça uma estimativa com margem de segurança, levando em conta os aspectos e caminhos que o serviço contratado pode exigir e cumpra no horário, caso contrário entre em contato com o cliente antes do término do serviço e notifique-o do atraso; Elabore uma rotina de trabalho para evitar esquecimento ou atolamento de serviço;
5 – Seja cauteloso: Antes de fechar negócio com o cliente, avalie seu equipamento, anote as configurações, memória, disco rígido, marca/modelo da placa-mãe, marca/modelo do drive de CD/DVD. Um cliente espertinho pode querer te induzir ao erro. Procure saber do cliente essas informações e confronte com as que encontrou, caso haja discrepância, notifique-o, dessa forma tanto o cliente quanto você terão as mesmas informações; Por segurança, caso não sinta confiança por alguma das partes, elabore uma relação da configuração e peça-o para assinar. Existem softwares que listam (mesmo em modo comando) as configurações do equipamento;
6 – Seja eficaz: Tenha sempre ao alcance boas ferramentas, programas para realizar testes e detectar problemas. Adquira equipamentos, ferramentas e organize sua área de trabalho. Eficácia é a capacidade que a pessoa tem em resolver um problema da maneira mais rápida possível. Boas ferramentas facilitam o trabalho e economizam tempo. Tempo é dinheiro;
7 – Seja eficiente: Não gaste tempo à toa, não execute tarefas desnecessárias, no caso de computadores, só reinstale o sistema, só troque softwares se forem necessário. Eficiênca é a capacidade que a pessoa tem em executar uma ação aproveitando da melhor maneira os recursos disponíveis e o tempo necessário, portanto se o cliente pediu para excluir vírus não formate seu computador, quando você altera o sistema o cliente tem que se readaptar ao novo ambiente;
8 – Não exagere: Computador do seu cliente não é o seu, se você gosta de “firulas” tem cliente que odeia esse tipo de coisa. Deixe que ele altere as cores e o comportamento do sistema operacional, só porque você gosta de caveiras, cores pretas e sombrias, ostentar mulheres nuas, isso pode refletir mal aos olhos do cliente. Prefira o padrão, o simples e o objetivo, se ele solicitar não discuta, o cliente sempre tem razão, mesmo que o ponto de vista seja diferente do seu;
9 – Saiba separar as coisas: Nunca use o equipamento do seu cliente para fazer backup seu ou de outros clientes, se você esquece de excluir ou se ficar algum rastro do uso pode induzir o cliente à pensar que alguma coisa foi trocada sem seu consentimento, gerando desconfiança. Nesse caso cuide-se de ter observado o que diz a dica 6;
10 – Seja profissional: JAMAIS fale mal ou faça comentários maldosos sobre a concorrência com seu usuário. Não ouça, não comente, não diga. Cada um tem um estilo de trabalhar, você nunca vai saber quando vai precisar da concorrência, portanto seja um profissional sensato, faça seu trabalho da melhor forma possível, assim você ganhará não só clientes, mas respeito dos seu clientes.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Punição para alunos



A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou na quarta-feira (28) proposta que prevê punição para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino.

Pelo Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, seráencaminhamento à autoridade judiciária competente. A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta das escolas como responsabilidade e dever da criança e do adolescente estudante.

O relator, deputado Mandetta (DEM-MS), destacou que a violência contra professores do ensino médio e do fundamental é uma das causas da falta de qualidade da educação brasileira. “Professores com medo de sofrer violência ou represálias verbais e físicas, principalmente por parte de alunos, somado à falta de punição administrativa e/ou judicial dos estudantes indisciplinados ou violentos somente corroboram a existência de sérios problemas educacionais”, afirmou.

O parlamentar disse ainda que um estatuto que assegura apenas direitos, sem determinar deveres, desrespeita uma das regras básicas da educação, que é o respeito aos direitos dos outros. “É fato que há uma crescente violência contra professores e diretores em sala de aula, que não vem sendo coibida adequadamente pelas normas hoje em vigor. Cremos que o sistema de proteção integral determinado pela Constituição Federal às crianças e adolescentes também passa por imposição e cumprimento de deveres”, concluiu.

Coisas de Beaver

Justin Bieber 'varre o chão' com bandeira da Argentina em show; veja o vídeo

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DE SÃO PAULO
As polêmicas envolvendo a passagem do cantor canadense Justin Bieber pela América Latina parecem não acabar. Dessa vez, o astro teen foi flagrado "varrendo o chão" com uma bandeira da Argentina, atirada por um fã.
O vídeo, gravado num dos shows que o cantor realizou em solo argentino na última semana, causou furor no país de Cristina Kirchner. Nele, Bieber chega a chutar a bandeira e depois usa o pedestal do microfone como uma espécie de cabo de vassoura para tirá-la do palco, arrastando-a pelo chão.
Uma petição on-line foi criada para que Bieber seja considerado "persona non grata" na Argentina.
Assista ao vídeo em tablets e celulares
"Ao se encontrar no palco com uma bandeira argentina, ele decidiu se desfazer dela arrastando-a com o pedestal do microfone, arrastando a bandeira nacional, ofendendo o povo argentino e seu símbolo pátrio", diz o texto do abaixo-assinado.
Na web, fãs se dividem: alguns acreditam que Justin Bieber tenha sido de fato desrespeitoso, enquanto outros dizem que ele apenas não reconheceu a flâmula.
No domingo (10), o cantor já havia sido criticado por ter abandonado um show em Buenos Aires depois de apenas oito músicas. Segundo anunciou ao público, não poderia continuar por causa de uma intoxicação alimentar.
BRASIL
A Argentina é apenas mais uma parada na polêmica turnê de Justin Bieber pela América Latina.
Na última semana, no Brasil, o cantor se envolveu em diversos episódios controversos.
Ao chegar no Rio, no dia 1º, ele foi visto deixando uma boate erótica coberto por um lençol, para evitar ser fotografado.
Segundo o jornal "O Dia", o cantor foi barrado no Copacabana Palace ao tentar entrar no hotel com duas prostitutas. Por isso, teve de alugar uma casa para sua estadia no Brasil.
Um vídeo filmado por uma brasileira que teria dormido com ele causou frisson nas redes sociais.
No show em São Paulo, no dia seguinte, Bieber foi atingido por uma garrafa e deixou o palco antes de terminar o show. Ele saiu sem cantar "Baby", seu maior sucesso.
Antes de deixar o país, o cantor ainda foi autuado por grafitar um muro sem autorização no Rio.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Brasileiro muda o jeito de ser homem

"O brasileiro está procurando outras maneiras de ser homem", diz historiadora

Organizadora do livro “História dos Homens no Brasil”, Mary del Priore diz que pais estão "inaugurando uma nova faceta" da masculinidade no Brasil, mas que a sociedade como um todo ainda é machista e que o sexo masculino também acaba sendo vítima dele

Brunno Kono | iG São Paulo 
Thinkstock/Getty Images
Pais estão inaugurando uma nova faceta da masculinidade no Brasil, afirma historiadora Mary del Priore
“O heroísmo dos campos de batalha migrou para o cinema e a cama. Ali, no início do Século XX, forjaram-se padrões de comportamento masculino em que a coragem e bravura eram regras. ‘Dar no couro’ também era norma. O homem viril precisava ser igualmente incansável. As falhas, sempre discretamente tratadas. (...) Entre os anos 1960 e 1990, grandes rupturas: nascia o ‘metrossexual’. Um ‘novo homem’. (...) O aumento de revistas masculinas e a proliferação de serviços para cuidar e aperfeiçoar o corpo masculino (que alteraram não só o físico, mas a cabeça de muitos). Multiplicou-se a preocupação com a ‘diversidade’. Quantos homens cabem num só?”
Ex-professora da USP e especializada em História do Brasil, Mary del Priore questiona e busca responder esta dúvida em 12 textos organizados por ela e Marcia Amantino e publicados em “História dos Homens no Brasil” (Editora Unesp).
'Bom cabrito não berra' ou 'homem não chora' são expressões populares que demonstram que a história dos homens não foi um passeio num cenário de conquistas e atos heroicos, mas também de dores e humilhações que os condenam a sofrer calados. É a história de lutas num ambiente extremamente adverso."
Em entrevista ao iG  por e-mail, a historiadora afirma que o conceito de masculinidade sofreu diversas mudanças ao longo de décadas, influenciado por acontecimentos históricos: “Não existe um, mas vários homens brasileiros, pois sua ‘masculinidade’ não é um dado natural, mas uma variável construída de acordo com diferenças de classe, educação, religião, orientação sexual e até da área geográfica onde estão situados”.
De acordo com Priore, a figura paterna está “inaugurando uma nova faceta” da masculinidade no Brasil, mas que a “sociedade como um todo” ainda é machista. “Homens aprendem com as mães que o machismo nasce em casa”, diz. Leia a entrevista:
iG: Historicamente, quem é o homem brasileiro?
Mary del Priore:
  Ser homem ou se tornar um, saber que comportamentos adotar de acordo com sua época, é um longo aprendizado social. Algo relacionado não só às dimensões culturais, como também à política, à economia e aos debates relacionados à identidade nacional. Não existe um, mas vários homens brasileiros, pois sua "masculinidade" não é um dado natural. É uma variável construída de acordo com as diferenças de classe, educação, religião, orientação sexual e até da área geográfica onde estão situados. Mas o que vemos hoje e mereceu nossa atenção foi o fato de que eles estão procurando "outras maneiras de ser homem". E é delas que buscamos falar.
iG: De onde surgiu a ideia de montar o livro?
Mary del Priore:
  O livro dá continuidade a uma coleção que faço para a editora da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e que já tem outros títulos: História das Mulheres no Brasil (prêmio Jabuti 1998), História das Crianças, (prêmio Casa Grande & Senzala da Fundação Joaquim Nabuco 2000), História do Corpo, dos Esportes e agora dos Homens. Reunimos autores conhecidos por trabalhar dentro do tema e capazes de um texto agradável e informativo. Pouca gente trabalha com o assunto, preferindo escrever sobre "gênero feminino". Fomos contra a corrente e nesse aspecto, o livro é inovador e trás mil novidades.
O nosso problema é que a maioria das mulheres não se importa em ser vista como tal (objeto sexual). E acredita que o 'fiu fiu' faz bem para a autoestima. Os homens podem mudar? Sim. Mas é preciso que as mulheres o façam antes."
iG: De que o forma o livro é inovador e que “outras maneiras de ser homem” são essas?
Mary del Priore:
  O capítulo sobre o homem escravo revela o passado de nossos avôs africanos, o trabalho, uniões, práticas sexuais, fugas e violências. O celibato dos padres é outro assunto novo, bem como questões polêmicas em torno de sua sexualidade: despiam a batina e brincavam de homens comuns. No mundo rural, a virilidade se construía por meio das armas e do sexo. A sífilis era o batismo de muitos. Um pai nunca anunciava o nascimento de um filho, mas de um "macho". E os filhos bastardos eram um signo de poder sexual. A introdução dos esportes e do ar livre na vida dos homens do século XIX vai lhes permitir exibir músculos, potência. O mesmo podemos dizer do homem em armas: o exército como palco para exibições sobre a força, a honra e a violência.
iG: É dito na apresentação do livro que "o Brasil continua sendo um país machista". Como mudar isso? A mudança parte da conduta do homem ou a mulher terá que brigar como já fez muitas vezes no passado?
Mary del Priore:
  O machismo não é especialidade brasileira e transformações da sociedade ocidental têm oferecido chances de muitas mudanças. Quanto mais se discute o tema, maior a conscientização, que vem sendo acompanhada de regras e leis. A multiplicação de delegacias da mulher, aplicações da Lei Maria da Penha, exemplos educativos na mídia, inovação nos papéis femininos são formas de buscar soluções duráveis para o patriarcalismo estrutural. O problema é que em nosso país as mulheres também são machistas: não deixam o marido lavar a roupa, nem o filho fazer a cama, se a namorada deste briga com ele é por que é p..., só gosta de ser chamada de docinho, gostosa, tudo o que for comestível, enfim. Os homens aprendem com as mães que o machismo nasce em casa. É a sociedade como um todo que é machista.
iG: Quais transformações do mundo ocidental têm oferecido chances de mudanças?
Mary del Priore:  A moda, por exemplo, permitiu novas representações em torno da masculinidade. Desde o passado mais remoto os homens de elite exibiam trajes, barbas e cabelos de acordo com tendências da época. A vaidade e o culto à beleza nunca estiveram fora de suas preocupações. Da peruca com laço de fita e escarpin de saltinho à calça jeans com camiseta branca, dos veludos e cetins ao linho ou lãs inglesas, do exibicionismo barroco à severidade burguesa, a moda é um campo para explicar transformações de hábitos e maneiras masculinas de viver. O mesmo podemos dizer da música e do cinema a partir dos anos 60, que influenciaram estilos de vida e, sobretudo, mudanças no campo da sexualidade: a cena do encontro de um jovem com uma mulher mais velha – como mostrado no filme “A Primeira Noite de um Homem – expunha os riscos da virgindade e da inexperiência masculina que começava então a mudar. Transar pela "primeira vez", ir à zona, a juventude engajada na cena pública, a revolução sexual com a chegada da pílula, tudo isso revela mudanças de paradigmas. A partir dos anos 70 e 80 vemos os gays em cena e a diluição do binômio hetero/homo.
iG: Quando se fala em mudanças, campanhas como a "Chega de Fiu Fiu" são fundamentais?
Mary del Priore:  Todas as campanhas que colaborem para uma valorização da mulher em outro papel que não seja o de objeto sexual é válida. Nos países desenvolvidos existem movimentos para diminuir o assédio e evitar que a imagem da mulher fique inferiorizada. Nada de revistas pornográficas ao alcance do olhar ou cartazes chamativos de lingerie, por exemplo. O nosso problema é que a maioria das mulheres não se importa em ser vista como tal. E acredita que o "fiu fiu" faz bem para a autoestima. Os homens podem mudar? Sim. Mas é preciso que as mulheres o façam antes.
iG: Em que sentido o homem brasileiro também é uma vítima? Ele é vítima da própria sociedade que projeta esta imagem do conquistador?
Mary del Priore:
  Sem dúvida. "Bom cabrito não berra" ou "homem não chora" são expressões populares que demonstram que a história dos homens não foi um passeio num cenário de conquistas e atos heroicos, mas também de dores e humilhações que os condenam a sofrer calados. É a história de lutas num ambiente extremamente adverso. De sobrevivência em meio às desigualdades, de conflitos e tensões.
Thinkstock/Getty Images
Homem também é uma vítima histórica do machismo, diz autora de "História dos Homens no Brasil"
iG: Que dores e humilhações são essas?
Mary del Priore:  A aversão à homossexualidade, o horror da “cornitude” só mencionada nos sambas de Lupicínio Rodrigues (compositor brasileiro tido como criador do termo “dor de cotovelo”), a vergonha em torno do fracasso profissional ou o silêncio sobre a falta de dinheiro, as exigências de ereções permanentes e de um desempenho sexual excepcional, dúvidas quanto à fidelidade da esposa ou dos amigos, a expectativa exacerbada da família com relação ao sucesso profissional, avergonha da doença e do envelhecimento. São dezenas de exemplos em que o sofrimento masculino vem sendo tratado com discrição e quase vergonha. Consultórios psicanalíticos estão cheios de casos em que homens procuram socorro por não saber lidar ou falar de suas limitações. O fantasma do amante, marido, profissional e pai sem arranhões ou falhas continua a incomodar e a fazer sofrer a muitos.
iG: Fizemos recentemente uma matéria sobre o “novo homem”, que deixou uma posição até então bem definida dentro da sociedade. Quem é ele para você?
Mary del Priore:  Houve grande transformação anunciada, aliás, na música (Super-Homem, a Canção) de Gilberto Gil: "Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria". Onde mais se sente a mudança é na legislação sobre paternidade. Os "direitos paternos" foram substituídos por "deveres" e a autoridade, por cuidados. As novas leis esvaziaram os poderes do velho e feroz patriarca, e hoje, ao lado do pai divorciado, homossexual, viúvo, adotivo ou ausente, vamos encontrar uma nova realidade social construída cotidianamente. Na ausência de mães, cada vez mais envolvidas na vida profissional, os "pais" estão inaugurando uma nova faceta da masculinidade no País.
iG: O "novo homem" é herança de uma mudança recente ou reflexo de um consumidor que publicações voltadas para o público masculino tentam criar, uma vez que a imagem do típico machão ficou defasada?
Mary del Priore:
  Tudo junto, mas, também, as novas condições nas quais vivem os tais "novos homens": idade tardia para o casamento, vida de solteiro com as responsabilidades domésticas, instabilidade econômica, descoberta de que o "emprego" eterno foi trocado pelo "trabalho" intermitente, solidão nas grandes cidades, enfim, a lista é longa. A partir daí os homens se adaptaram, passaram a cozinhar, a ir ao supermercado, a levar os filhos na escola e ao pediatra, a conviver com filhos e família de outras uniões, a viver em um mundo, ele também "novo"! Aprenderam a aprender e isso é ótimo para a sociedade como um todo.
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Mary sobre o MMA: "Trata-se mais da valorização do corpo compreendido como veículo de status e poder"
iG: O último capítulo do seu livro aborda o fenômeno do MMA. Em qual homem o brasileiro se espelha? No “novo” ou no lutador?
Mary del Priore:
  Há de tudo e para todos. Depende do nível de educação ou da aspiração pessoal de cada um e por isso falamos sempre no plural: em masculinidades. O interessante é que ao serem introduzidos no Brasil em meados do século XIX, os esportes, até os mais violentos, vinham acompanhados da ideia de que serviam ao "desenvolvimento intelectual da mocidade". Não parece ser essa a contribuição do MMA. Por outro lado, a luta não se resume a um palco para a crueldade espetacular. Os lutadores se negam a reduzi-la à dimensão da violência. Trata-se mais da valorização do corpo compreendido como veículo de status e poder. Ou de uma forma de sociabilidade específica onde se misturam lazer, esporte e estilo de vida.
iG: O homem brasileiro possui uma identidade própria construída ao longo de séculos ou ele busca referências no exterior?
Mary del Priore:
  Somos mestiços de brancos, negros e índios. Aqui, diferentes culturas e saberes se integraram à sociedade brasileira. Se buscamos referencias no exterior? Sim. Modos de vestir e de comportar-se, o metrossexual, o MMA, a lista é longa. Muitos homens cabem num só. Mas, no fundo, ele é brasileiro.

ótima história

Ex-sapateiro fatura R$ 150 milhões ao ano com rede de ensino

Após perder tudo em um assalto, empresário retoma vida empreendedora com franquia

Patrícia Basilio - iG São Paulo 
O empresário Wilson Giustino, conhecido como Sr. Wilson, começou a trabalhar aos 12 anos e acumula no currículo experiências das mais diversas. Já atuou como entregador de calçados, sapateiro, vendedor e gerente de materiais elétricos, empresário do ramo de joias, divulgador de escola de informática, entre outras. Hoje, aos 53 anos, é dono da rede de ensino profissionalizante Cebrac e fatura R$ 150 milhões ao ano.
Tudo na vida de Giustino começou muito cedo. Aos 12 anos, ele entrou no mercado de trabalho para ajudar na renda familiar, tornou-se gerente aos 16 anos e aos 20 montou o próprio negócio, uma loja de joias em São Paulo.
O que veio rápido, contudo, acabou rápido também, segundo o empresário. Dois anos após abrir a joalheria, foi assaltado e perdeu tudo, inclusive peças já pagas pelos clientes. Com dívidas estimadas em R$ 1 milhão, Giustino teve de mudar para Campinas, no interior paulista e começar tudo do zero.
Divulgação
Wilson Giustino tinha loja de joias e perdeu tudo em um assalto; hoje é dono da rede Cebrac
“Procurando emprego no jornal, achei uma vaga de divulgador em uma rede de ensino de informática. Fui contratado e consegui reerguer minha vida. O que não imaginava é que o destino me levaria para outro ramo que jamais imaginava trabalhar e empreender”, conta.
Giustino trabalhou na rede de informática por um ano. Lá, aprendeu não só a divulgar os cursos oferecidos, mas também as estratégicas de captação de clientes e retenção de alunos. Observador — como ele afirma ser —, não perdia a chance de agregar experiência e conhecimento ao currículo.
Agradeço ao meu pai por ter me deixado trabalhar desde cedo. Foi por ele que adquiri a experiência e a humildade para ser quem eu sou hoje
Foi então que a vontade de empreender voltou. Com afinidade pela área e a expansão das redes de ensino na década de 1980, ele decidiu abrir sua própria unidade, que, desta vez, não possibilitava grandes prejuízos com assaltos. “Pedi para o meu chefe me ensinar os macetes administrativos, e ele se dispôs a me ajudar”, afirma.
Em 1985, Giustino abriu sua primeira escola de informática, em Poços de Caldas, Minas Gerais, hoje chamada de Cebrac. “A demanda era tão grande que decidi ampliar a oferta de cursos e oferecer também qualificação em secretariado e contabilidade. Foi um ‘boom’ no mercado porque poucas escolas ofereciam esses treinamentos. Cheguei a abrir uma unidade por ano”, explica.
O sucesso do negócio — até então “inesperado“ — gerou interesse nos próprios professores, destaca Sr. Wilson. “Eles pediram para usar a minha marca na forma de licenciamento e abrir outras unidades pelo País. Foi o primeiro passo rumo ao franchising”, relembra.
Até 2003, segundo o empresário, havia 42 unidades no modelo de licenciamento. Para formalizar e padronizar o modelo de negócio, no entanto, ele decidiu contratar uma consultoria e franquear a marca Cebrac.
“Em 2004, a marca se associou à Associação Brasileira de Franchising (ABF) e os dois professores que haviam pedido para licenciar a marca se tornaram meus sócios”, diz o empresário.
Hoje, o Cebrac conta com 145 unidades no País e prevê dobrar esse número até 2016, devido, principalmente, à Copa 2014 e à Olimpíada de 2016, que serão realizadas no Brasil. A rede fechou 2012 com um faturamento de R$ 115 milhões e calcula terminar o ano com R$ 150 milhões.
“Agradeço ao meu pai por ter me deixado trabalhar desde cedo. Foi por ele que adquiri a experiência e a humildade para ser quem eu sou hoje”, avalia Giustino, que promete lançar novos cursos em 2014, sem revelar quais serão eles.
Primeira unidade do Cebrac, quando a escola ainda era focada em cursos de informática. Foto: Arquivo pessoal

Blogueiro: Ótima história pra quem tem humildade, pra quem não tem... volta pras suas tretas e não encha o saco.