terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Fones de ouvido
Terça feira passada, eu estava no posto de saúde quando uma adolescente sem muito miolo na cabeça começou a ouvir música alta em seu celular, como se ela estivesse na casa dela.
Se não estivesse tão nervoso, minha vontade de perguntar resultaria em:
- Você tem certeza que:
a) Todos que estão aqui gostam disso?
2) Todos que estão aqui concordam em ouvir isso nessa altura?
alpha) Todos os que estão aqui desejam ouvir isso agora?
Se alguma ou mais das respostas forem negativas, então... PONHA O FONE DE OUVIDO, CRIATURA!
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Luz do sol
As pessoas são mais felizes no verão?
Segundo pesquisas, mais tempo de incidência de luz solar e temperaturas mais amenas podem influenciar no humor. Funciona com você? Responda à enquete
Aline Viana , especial para o iG São Paulo |
Não à toa, “Summertime” – uma das mais famosas canções norte-americanas, composta em 1935 e regravada dezenas de vezes – vaticina: “qualquer manhã destas, você vai acordar cantando”. Se você tem uma sensação de que o verão é a estação mais animada do ano, a ciência explica. Dias mais longos e iluminados são mesmo capazes de alterar a disposição.
“Existe um neurotransmissor chamado melatonina, responsável pelo sono. Quando há muita claridade, cai a produção desse hormônio, por isso ficamos mais tempo acordados. A luz ainda estimula a fabricação de serotonina, um neurotransmissor que controla o apetite, o humor, a energia e nosso bem-estar mental”, explica Jô Furlan, médico e pesquisador na área da neurociência do comportamento.
O doutor em Psicologia John Grohol, fundador do PsychCentral.com, referência na área de comportamento e saúde mental nos Estados Unidos, reconhece em seu site os dois lados do impacto do clima sobre o bem-estar mental. “A ‘depressão de inverno’ (ou ‘tristeza de inverno’) é um mal comum para aqueles que vivem no clima do norte [do planeta] . Até 5% da população [nos Estados Unidos] pode sofrer disso”, ele descreve no PsychCentral, associando a condição a “sentimentos de tristeza e depressão nos meses de inverno, quando as temperaturas caem e os dias são menores”.
Ligados ao humor das pessoas, a incidência de luz e o calor podem acabar influenciando até mesmo a identificação cultural de um povo. Para Dirce Katayama, especialista em dinâmica energética do psiquismo e programação neurolinguística, a fama de animado do brasileiro se deve ao maior índice de dias ensolarados que temos graças à posição no globo. “Todos os países localizados nas regiões entre os trópicos têm povos muito alegres, com uma dança mais festiva, mais cheia de vida”, explica.
Uma pesquisa conduzida pela revista inglesa New Scientist em 2003, com 65 países, corrobora a tese do país tropical: o estudo considerou a Nigéria o país com a população mais feliz do mundo, mesmo com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos mais baixos do planeta, sucessões presidenciais turbulentas e um poder de compra per capita pífio. Mas eles têm sol. “Há outros fatores apontados no estudo para explicar a felicidade de uma nação. O sol é dos principais – o segundo e o terceiro países mais felizes, México e Venezuela, também ficam nos trópicos”, diz Dirce. O Brasil não foi pesquisado.
Cultura e saúde
Acordar e ver o dia ensolarado e de céu azul, além de desencadear uma reação biológica, envolve também um componente cultural. “Fomos educados para concluir que um dia bonito será um dia feliz. Por isso, um dia cinzento é associado a um dia tenebroso”, aponta Furlan.
A maior disposição para atividades externas e para pegar sol acaba sendo bastante positiva para a saúde, uma vez que uma maior exposição à luz solar estimula a produção de vitamina D, substância diretamente conectada à produção de cálcio e ao controle da pressão arterial, entre outros benefícios. Mas nada de ficar horas torrando ao sol: dez a quinze minutos diários já são o suficiente para repor o nutriente no nosso organismo.
“No verão, quando os dias são mais longos e luminosos, temos mais vontade de sair e interagir”, avalia Débora Gilbertoni, coach da empresa Personalité Coaching. A pediatra intensivista Renata Montanari, 31, concorda. “Pode notar que nos dias quentes a gente vê os bares lotados em plena segunda feira e os prontos-socorros vazios”.
Nem tudo azul
Mas as temperaturas mais elevadas também podem incomodar algumas pessoas, estragando o prazer dos dias mais claros e longos. A gerente de marketing Eliane Nunes, 38, é uma das que sofrem nesse período. “Os dias mais bonitos não influenciam o meu humor. A razão é que eu realmente passo mal no calor, detesto a sensação de ficar transpirando, durmo mal e tenho alergia a ar condicionado”, enumera.
Eliane até curte menos esses dias porque não se aventura a ir a locais ao ar livre ou sem ar condicionado antes, durante e depois. “O único jeito de estar feliz no verão é dentro de uma piscina. Como não dá pra ficar sempre, eu conto os dias para a chegada do inverno porque prefiro o frio natural ao ar condicionado”.
Blogueiro: Comentei isso essa semana com os alunos.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Máximas
Quer dominar um povo ignorante, é simples:
- Confunda-os com declarações absurdas;
- Crie leis inúteis que servirão só para os mais pobres;
- Faça-os brigarem entre si.
- Confunda-os com declarações absurdas;
- Crie leis inúteis que servirão só para os mais pobres;
- Faça-os brigarem entre si.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Holanda se arrepende de liberar drogas
Holanda se arrepende de liberar drogas e prostituição
O comentarista Carlo Germani nos manda um importante artigo, mostrando que a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
*
MUDANÇAS NA VITRINE
“A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metrosdas escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não.
“O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Blogueiro: Um aluno certa vez me questionou sobre a liberação da maconha no brasil. A resposta está aí.
O comentarista Carlo Germani nos manda um importante artigo, mostrando que a Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
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MUDANÇAS NA VITRINE
“A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metrosdas escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”.
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país. E a legalização da maconha? Fez bem? Também não.
“O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.
Blogueiro: Um aluno certa vez me questionou sobre a liberação da maconha no brasil. A resposta está aí.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Procurava por isso
Professor vai ser aprovado apenas se souber dar aula
Concurso de 2013 para educação estadual terá etapa eliminatória
POR ALESSANDRA HORTO
Foto: Agência O Dia
O docente vai dar aula para uma comissão avaliadora que fará análise do seu desempenho. Ainda não está decidido se o professor terá que dar aula para grupo de alunos ou somente para a banca.
“A prática pedagógica é o que certifica. O conteúdo tem que estar junto com a prática. Não adianta dominar o conteúdo e não dominar a didática. Quem não souber dar aula será eliminado”, defendeu Wilson Risolia.
A responsabilidade da elaboração da nova etapa chamada ‘prova de aula’ será da entidade que vai organizar o concurso público e também formar o grupo de avaliação. A ação será em parceria com a Superintendência de Gestão de Pessoas.
O coordenador do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Alex Trentino, criticou a novidade e defendeu que etapa deveria ser classificatória e não, eliminatória. “Se um professor for desclassificado por não saber dar aula é como se o estado defendesse o fechamento de uma universidade que não soube capacitar o seu aluno e expediu o diploma”, disse. Ele explicou que os docentes cumprem 300 horas de estágio em duas disciplinas, Prática de Ensino 1 e 2.
Nova avaliação no estado
Diretores de escolas estaduais serão avaliados a partir do próximo ano, assim como diretores regionais e coordenadores de gestão de pessoas da regional. Ao todo, 1.398 profissionais vão receber diagnóstico pessoal sobre o seu desempenho na unidade.
O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, explicou que o diretor que receber uma avaliação ruim será exonerado do cargo. Já o servidor que tiver um bom desempenho terá anotação positiva na ficha funcional.
A Secretaria de Educação será responsável pela avaliação dos diretores regionais e coordenadores. Todos os avaliadores deverão registrar o desempenho pela internet, por meio de modelo unificado elaborado pela pasta.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Estrutura escolar adoece professores
Pesquisador afirma que estrutura das escolas adoece professores
Para historiador da USP, sociedade critica todos os aspectos do cotidiano escolar, mas se esforça para mantê-los da mesma forma. Ele propõe discutir o “rompimento” das estruturas
Priscilla Borges - iG Brasília |
“O ambiente escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei.”
Sem infraestrutura: Em 72,5% das escolas da rede pública não há biblioteca
O relato é da professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.
Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de professores e alunos nos colégios é “insuportável”. “Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano escolar”, afirma.
Leia também: MEC confirma novo piso de professores de R$ 1567
O tema foi estudado pelo historiador por quatro anos, durante mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos professores , Camargo analisou mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de professores.
Camargo percebeu que a “epidemia” de doenças ocupacionais dos docentes foi estudada sempre sob o ponto de vista médico. “Tentei mapear o problema do adoecimento e da deserção dos professores não pela via da vitimização, mas pela forma como esses problemas estão ligados à forma naturalizada e invariável da forma escolar na modernidade”, diz.
Luciana começou a adoecer em 2007 e está há dois anos afastada. Espera não ser colocada de volta em um colégio. “Tenho um laudo dizendo que eu não conseguiria mais trabalhar em escola. Eu não sei o que vão fazer comigo. Mas, como essa não é uma doença visível, sou discriminada”, conta. A professora critica a falta de apoio para os docentes nas escolas.
“Me sentia remando contra a maré. Eu gostava do que fazia, era boa profissional, mas não conseguia mudar o que estava errado. A escola ficou ultrapassada, não atrai os alunos. Eles só estão lá por obrigação e os pais delegam todas as responsabilidades de educar os filhos à escola. Tudo isso me angustiava muito”, diz.
Viver sem escola: é possível?
Orientado pelo professor Julio Roberto Groppa Aquino, com base nas análises de Michel Foucault sobre as instituições disciplinares e os jogos de poder e resistência, Camargo questiona a existência das escolas como instituição inabalável. A discussão proposta por ele trata de um novo olhar sobre a educação, um conceito chamado abolicionismo escolar.
“Criticamos quase tudo na escola (alunos, professores, conteúdos, gestores, políticos) e, ao mesmo tempo, desejamos mais escolas, mais professores, mais alunos, mais conteúdos e disciplinas. Nenhuma reforma modificou a rotina do cotidiano escolar: todos os dias, uma legião de crianças é confinada por algumas (ou muitas) horas em salas de aula sob a supervisão de um professor para que possam ocupar o tempo e aprender alguma coisa, pouco importa a variação moral dos conteúdos e das estratégias didático-metodológicas de ensino”, pondera.
Fora da sala de aula: Metade dos professores não leem em tempo livre
Ele ressalta que essa “não é mais uma agenda política para trazer salvação definitiva” aos problemas escolares. É uma crítica às inúmeras tentativas de reformular a escola, mantendo-a da mesma forma. “A minha questão é outra: será possível não mais tentar resolver os problemas da escola, mas compreender a existência da escola como um grave problema político?”, provoca.
Na opinião do pesquisador, “as mazelas da escola são rentáveis e parecem se proliferar na mesma medida em que proliferam diagnósticos e prognósticos para uma possível cura”.
Problemas partilhados
Suzimeri Almeida da Silva, 44 anos, se tornou professora de Ciências e Biologia em 1990. Em 2011, no entanto, chegou ao seu limite. Hoje, conseguiu ser realocada em um laboratório de ciências. “Se eu for obrigada a voltar para uma sala de aula, não vou dar conta. Não tenho mais estrutura psiquiátrica para isso”, conta a carioca.
Leia série sobre formação de docentes: Professores não são preparados para ensinar
Ela concorda que a estrutura escolar adoece os profissionais. Além das doenças físicas – ela desenvolveu rinite alérgica por causa do giz e inúmeros calos nas cordas vocais –, Suzimeri diz que o ambiente provoca doenças psicológicas. Ela, que cuida de uma depressão, também reclama da falta de apoio das famílias e dos gestores aos professores.
“O professor é culpado de tudo, não é valorizado. Muitas crianças chegam cheias de problemas emocionais, sociais. Você vê tudo errado, quer ajudar, mas não consegue. Eu pensava: eu não sou psicóloga, não sou assistente social. O que eu estou fazendo aqui?”, lamenta.
Blogueiro: Fazia tempo que eu não encontrava uma matéria dessas.
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