quarta-feira, 29 de abril de 2009

Você é aquilo que come


Quando temos fome, qual o tipo de comida que procuramos?

Procuramos algum alimento que nos satisfaça ou algo que esteja ‘a um pacotinho colorido de distância’?

No momento em que vamos ao supermercado que fica perto de casa o que encontramos para comprar?

Geralmente encontramos uma lista quase infinita de pseudo-comidas que nosso organismo é culturalmente obrigado a digerir (em parte devido às propagandas exageradas e mal intencionadas das empresas de alimento), mesmo não precisando das químicas ali presentes, ou indo mais fundo, das quantidades absurdas das químicas. Isso sem falar dos conservantes, que a princípio deveriam servir para manter os alimentos frescos, mas que na realidade só conseguem conservar a sensação de peso e cansaço nos desavisados consumidores.

Aparentemente toda essa ‘cultura’ química absurda só tem uma cadeia de serventias: deixar os executivos das empresas alimentícias, mais ricos; aumentar a fila de atendimento no consultório médico do SUS e consequentemente elevar a venda de outros remédios e químicas do mercado.

Verifique se este cotidiano é a única coisa integral e verdadeira da sua vida, pois se for mesmo isso, está mais do que na hora de dar uma puxada no freio de mão e tornar a sua vida bem mais sadia.

Durante as aulas de hátha-yóga que leciono, sempre me perguntam se o yóga emagrece. Sempre respondo que existem dois fatores principais a respeito de perda e ganho de peso:

- Um deles é descobrir se existe algum aspecto hormonal relacionado a tireóide que talvez esteja atrapalhando os objetivos pessoais de ganho ou perda de peso;

- O outro fator importante é “O que te leva a comer é a fome ou outro sentimento?”

Dado pesquisado e até explicado por Freud: quando as pessoas vão comer, em muitas das vezes elas não procuram o alimento para saciar uma necessidade gerada pela queima de energia; elas comem para tentar anular alguma sensação que as esteja deixando ansiosas, seja essa sensação uma alegria, um projeto, uma tristeza, uma memória boa ou ruim etc.

Cada indivíduo é único em sua identidade, e também em suas formas de lidar com a ansiedade. Existem pessoas que ao ficarem ansiosas, comem compulsivamente. Em contra-partida, outras pessoas em situação de estresse intenso, simplesmente fecham a boca e param de comer. Tudo isto é (des)regulado pela glândula da tireóide, localizada na garganta e ouso afirmar que grande parte dessa situação pode ser sanada tomando alguns cuidados para a vida.

Considero muito preocupante a quantidade de revistas, jornais, matérias e livros que comentam a respeito de fórmulas maravilhosas que fazem emagrecer cinco quilos por semana. O problema maior, não é a venda dessas fontes de informação, mas sim o fato de que se elas estão sendo publicadas, significa que existe um público que as está comprando em busca da tal receita mágica.

Trabalho com pessoas que leem uma matéria, veem uma receita que funcionou com alguma artista famosa ou desconhecida, tentam fazer com que o mesmo efeito dê o resultado com elas e então a fórmula não funciona. Ficam nervosas, acham que tem alguma coisa errada com a receita e tentam ‘dar um jeitinho para reforçar’. Então a receita não funciona de novo. Ou pior, ela começa a funcionar, e por algum motivo que as pessoas não saibam, ela para de funcionar e os indivíduos voltam a ganhar peso talvez até mais do que queriam, conhecido como o efeito sanfona.

Chega não é? Poderia continuar falando a respeito desse tipo de comportamento por mais várias linhas, mas o que estou tentando demonstrar é que as pessoas que tem problemas com o peso, na realidade, podem ter um problema sério de baixa auto-estima e de ansiedade.

Em minhas aulas de hátha-yóga, sempre abordo a importância do respeito e amor próprio, tanto quanto o respeito e amor aos nossos próximos. Consigo ver nos olhos dos meus alunos os efeitos psicofísicos da prática, que tem sempre por objetivo utilizar o corpo de maneira consciente para almejar os benefícios físicos e, principalmente, psíquicos.

Utilizando metodologia lúdica, objetiva e responsável, por muitas vezes, no fim e no meio das aulas práticas, testemunho nos olhos de meus alunos uma expressão de felicidade, de ânimo, de alegria e de descanso dos problemas que os mesmos encontram fora de nosso espaço de aula, pois tais expressões, reafirmam alguns dos objetivos sutis da prática de hátha-yóga para o corpo, que compreendem lubrificar, reidratar, desintoxicar e desobstruir todas as vias de fluidos do corpo.

Ao final deixo como convite às pessoas que participem de uma aula de Hátha-Yóga da linha Clássica, e, como um brinde especial, os presenteio com duas receitas de comidas naturais que experimentei da Oficina da Semente, obras do Dr Carlos Peribanez González, autor das mesmas.

Namastê para todos e todas, uma ótima e feliz alimentação. (O ser que está em mim saúda o ser que está em você)

SUCO VERDE

Origem: Oficina da Semente

Processos: germinação, hidratação, liquidificação com biossocador, graduação de densidades e coagem

Rendimento: cerca de 300 ml

Ingredientes:

Horti: 1 pepino e/ou 1 abrobrinha e/ou 1 chuchu, 1 beterraba pequena e/ou 1 inhame e/ou 1 pedaço de abóbora, 1 cenoura

Fruti: 1 maçã tipo Fuji

Folhas: Três tipos ou mais de: couve, chicória, agrião, alface, repolho, acelga etc.

Sementes germinadas e castanhas hidratadas: Um ou mais tipos de: trigo, girassol, aveia, gergelim; e nozes, amêndoas, castanhas-do-pará

Temperos: hortelã, gengibre

Preparo

Germinação de Sementes: Deixar as sementes de molho durante 8 horas (à noite). No dia seguinte, escorrer a água e deixar as sementes em uma peneira ou escorredor, regando de 6 em 6 horas. No dia seguinte as sementes já terão um “narizinho” apontando, indicando a germinação.

Hidratação das castanhas e da linhaça: Deixar as castanhas e as sementes de linhaça de molho, durante a noite, em água. No dia seguinte, utilizar o suco.

No copo do liquidificador, colocar o pepino picado (e/ou abobrinha, e/ou chuchu) junto à hélice do aparelho. Em seguida colocar a maçã, o inhame picado (e/ou beterraba, e/ou abóbora). Ligar o liquidificador na primeira velocidade e socar com o auxílio da cenoura. O giro da hélice e a socagem formarão uma papa, que gira no sentido da hélice do liquidificador. A seguir, acrescentar as folhas, os temperos, e as sementes e/ou castanhas, batendo em velocidades maiores. Coar em coador de pano, preferencialmente de voil. Depois de coar, acrescente um fio de qualquer azeite extra virgem (linhaça, gergelim, castanha-do-pará) ao suco, para absorção das vitaminas lipossolúveis. Beber em seguida.

Chocolate Verde

1 abacate

4 colheres sopa de cacau em pó sem açúcar


3 colheres sopa de mel

1/2 a 3/4 de xícara de uvas passas hidratadas.

Bater tudo no liquidificador. O cacau tem um gosto forte, pois não tem açúcar nem a gordura que estamos acostumados a consumir; então, se quiser mais docinho, acrescente um pouco mais de mel.

Texto de Enrique Menezes
Revisado por Joana "Lady Bug" Marcondes

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