sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Casal que educa suas crianças em casa é processado pelo Governo.

MINAS GERAIS, BRASIL, 23 de dezembro de 2008 (LifeSiteNews.com) — Cleber e Bernadeth Nunes foram condenados por um segundo tribunal civil por educarem seus filhos em casa, apesar de eles terem passado em testes impostos pelo governo que os professores confessaram que eles mesmos não conseguiriam passar.

Uma turma de três juízes no tribunal de segunda instância recusou até mesmo examinar os resultados dos testes, onde os dois filhos de Cleber foram aprovados. Essa série de testes foi muito rigorosa, abrangendo várias matérias, inclusive matemática, geografia, ciência, história, português, inglês, arte e educação física.

“Não podemos permitir a análise aqui da qualidade da educação que está sendo dada em casa, pois a educação escolar em casa jamais poderá substituir a instrução normal”, disse o juiz Almeida Diniz, que fez parte da turma. Os testes foram feitos por ordem de um juiz criminal que está julgando o mesmo caso em seu próprio tribunal.

O tribunal civil também recusou receber como evidência uma avaliação que mostrava que os filhos são psicologicamente saudáveis, têm um bom relacionamento com seus pais e têm amizades fora do lar. Ambos os testes foram feitos por ordem de um tribunal criminal que está também julgando o caso dos Nunes.

Apesar de os testes nacionais mostrarem resultados horríveis do sistema brasileiro de educação pública, um dos três juízes afirmou em seu veredicto escrito que “a qualidade de nossa educação é inegável. Se compararmos, por exemplo, os cidadãos brasileiros normais com os cidadãos norte-americanos normais, a conclusão é devastadora. Os norte-americanos sabem pouco… em comparação com os brasileiros. Nosso sistema escolar é, ao contrário, muito bom em comparação com outros países”.

João Senna dos Reis, colunista do jornal Diário do Aço, fez pouco caso da declaração, observando que “uma simples verificação oficial de que 70% dos brasileiros não sabem ler e interpretar cinco linhas de texto banal representa uma confissão chocante de como está indo nosso sistema educacional”.

“Em algum ponto os magistrados tiveram de agir em má consciência antes de invocarem absurdos como vender a imagem falsa de que temos um sistema educacional no mesmo nível dos países do primeiro mundo”, acrescentou ele. “Como estamos em dezembro e todo tipo de lista de eventos notáveis começa a aparecer, não será surpresa se este tribunal for colocado na categoria da melhor piada do ano”.

Cleber Nunes disse para LifeSiteNews que ele planeja apelar o caso para o Superior Tribunal de Justiça, e se necessário ele apelará o caso para o Supremo Tribunal de Justiça.

“Penso que o tribunal não quis nem mesmo examinar o caso porque não quer mais famílias educando os filhos em casa”, disse Nunes para LifeSiteNews.

“Estava claro que os meninos estão indo bem, que não há abandono intelectual, mas as autoridades continuam defendendo sua posição, defendendo a lei e esquecendo que o foco da lei é as crianças”, disse ele.

MINAS GERAIS, BRASIL (LifeSiteNews.com) — Numa vitória surpresa contra as autoridades governamentais que tentaram medidas legais contra uma família que ensina seus filhos em casa e se recusa a fazer parte do sistema escolar público, David e Jonatas Nunes passaram nos testes provando um elevado nível de conhecimento numa variedade de assuntos, inclusive história, ciências naturais, artes, esportes, computação e matemática.

Os testes dados aos filhos dos Nunes eram tão difíceis que os professores de escola pública confessaram que não conseguiriam passá-los. Os dois adolescentes, de 14 e 15 anos, tiveram só uma semana para estudar para vários dos testes que foram anunciados com só uma semana de antecedência.

Os exames foram feitos por ordem de um tribunal local numa tentativa de determinar se os Nunes haviam cometido o crime de “abandono intelectual”, o que poderia trazer como conseqüência uma multa pesada e possivelmente cadeia para os dois pais, bem como perda da guarda de seus três filhos.

Embora os adolescentes tivessem sido avisados com antecedência que seriam testados em matemática, geografia, ciência e história, eles foram informados apenas uma semana antes da data dos testes que eles também seriam testados em português, inglês, arte e educação física, inclusive questões sobre a história do handebol, basquete, futebol e outros esportes.

Apesar do curto tempo que receberam para estudar, ambos os adolescentes passaram nos testes, David alcançando 68% e Jonatas 65%, de acordo com Cleber Nunes, o pai dos adolescentes. Embora o governo não tenha ainda dado um veredicto nas notas, a nota mínima de aprovação nas escolas brasileiras é 60%.

“Os testes foram difíceis”, Nunes disse para LifeSiteNews. “Havia perguntas que são dadas nos exames de admissão das grandes universidades. Além disso, ficamos surpresos com a adição de quatro matérias, a apenas uma semana dos exames. Eles estudaram muito a fim de assimilar todo o material”.

“Para mim, o processo pelo qual eles passaram foi evidência muito forte de que eles estão, de fato, aprendendo a aprender”, disse Nunes.

“Eles estudaram a maioria das matérias sozinhos. Tivemos a ajuda de um professor de matemática. Eles estudaram o resto de suas matérias por conta própria. Eu lhes dei pouca orientação. Esse é o princípio do método que usamos”.

Nunes diz que agora ele quer que os estudantes de escolas públicas façam os mesmos testes que seus filhos fizeram. Ele diz que tem certeza de que não chegariam nem perto de passar, e aponta para o fato de que em testes internacionais os estudantes do Brasil produzem notas extremamente baixas.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes de 2007, o qual compara o desempenho estudantil, em 57 países, deu ao Brasil notas bem baixas em matemática, leitura e ciência. Em seu próprio Índice do Desenvolvimento da Educação Básica, as escolas públicas do Brasil alcançam entre 3.5 e 4.2, dependendo do nível do grau.

“É interessante que se esses mesmos testes fossem dados para estudantes de escolas públicas, a vasta maioria não os passaria”, disse Nunes, que observou que se falhar em tais testes deve ser considerado como crime, “então o próprio governo seria condenado já que seus órgãos confessam o fracasso total do sistema educacional que eles estão exigindo que nossos filhos freqüentem”.

A vitória dos Nunes ocorre depois de um ano e meio de lutas com as autoridades do governo brasileiro, que interpretam as leis existentes com o significado de que as pessoas não podem educar seus filhos em casa. Os Nunes dizem que tiraram seus filhos do sistema de escolas públicas por causa dos baixos padrões e imoralidade que permeiam o sistema.

Embora David e Jonatas Nunes já tivessem sido aprovados em exames de admissão para uma faculdade de direito com as idades de 13 e 14, os resultados foram insuficientes para as autoridades locais, que ameaçaram tirar de seus pais a guarda deles e tentaram cobrar deles uma multa excessiva. Os Nunes dizem que estão lutando o caso com a ajuda de advogados voluntários.

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